AUDIO_Sobre "Ponto (I)móvel"_Depoimentos de Maria Belo Costa
A equipa de criadores de "Ponto (I)móvel" já partiu da Covilhã, após a apresentação do espectáculo que encerrou ontem a 6ª edição do Festival Y. Oiça aqui os depoimentos de Maria Belo Costa sobre o processo de criação do seu espectáculo, sobre a importância dos espaços de residência artística no panorama da criação nacional e o futuro deste projecto.
Enquanto o espectáculo "Ponto (I)móvel", criado por Maria Belo em residência artística no Festival Y#06, não é apresentado no âmbito do Festival Internacional de Teatro, no próximo dia 20 de Novembro no Convento de Santa-Clara em Portalegre, veja aqui um excerto do vídeo do espectáculo, criado por Nuno Carrusca, editado por Márcio Martins e com som de Carlos "Zíngaro".
O Festival Y encerra hoje à noite a sua 6ª edição, com a segunda apresentação do espectáculo "Ponto (I)móvel" de Maria Belo Costa, às 21h30m no auditório do Teatro das Beiras. O espectáculo, produzido pela Pédepano, é uma co-produção com Festival Y/ Quarta Parede e será, ainda este mês, apresentado em Portalegre.
AUDIO_Sobre "Ponto (I)móvel"_Depoimento de Maria Belo Costa
Antes da última representação do espectáculo "Ponto (I)móvel, hoje à noite na Covilhã, oiça aqui o depoimento da criadora Maria Belo Costa sobre a génese e origem do nome do seu projecto.
A Quarta Parede realizará amanhã, em Riachos, a terceira e última apresentação do espectáculo de teatro de objectos "Os fios que a lã tece", programado no âmbito da 6ª edição do Festival Y . O espectáculo terá lugar na Casa do Povo de Riachos, às 10h30m, e será antecedido por um atelier da responsabilidade do Serviço Educativo do Teatro Virgínia, anfitrião do Festival Y#06 em Torras Novas.
Estreia já hoje, às 21h30m no auditório do Teatro das Beiras, o espectáculo "Ponto (I)móvel" que Maria Belo criou durante uma residência artística na Covilhã, no âmbito do Festival Y #06. O espectáculo, co-produzido pela Quarta Parede - Associação de Artes Performativas da Covilhã, terá duas apresentações públicas, hoje e amanhã, sempre às 21h30m.
É já amanhã, às 21h30m, que estreia no auditório do Teatro das Beiras, na Covilhã, a performance "Ponto (I)móvel" concebida e interpretada por Maria Belo Costa. Conheça aqui um pouco mais sobre a criadora do espectáculo que encerrará o Festival Y deste ano.
MARIA BELO COSTA concluiu o Curso de Teatro – Formação de Actores da Escola Superior de Teatro e Cinema, tendo anteriormente frequentado o 1º ano do Curso de Formação de Actores do Centro Dramático de Évora. Fez a sua formação na área do corpo e movimento no CEM - Centro em Movimento, onde integrou o primeiro grupo de formação Zona Z. Trabalhou como actriz e performer e foi co-criadora de vários espectáculos. Foi produtora nos espectáculos "The End Of Love" e "Documental e Autobiográfico" de Lúcia Sigalho. Fez assistência de encenação do espectáculo "Parasita Acumulador" de Carlos Zíngaro e Ludger Lamers, inserido no ciclo Imagens Projectadas da Granular, no Centro de Arte Moderna. Entre 2006 e 2007 foi Coordenadora para a Formação no CENTA, em Vila Velha de Ródão, desenvolvendo projectos pedagógicos na área da dança-teatro com crianças dos 1º, 2º e 3º ciclos e colaborando no projecto "(R)EXISTIR", coordenado pela coreógrafa Filipa Francisco, no Estabelecimento Prisional de Castelo Branco.
DIVULGAÇÃO_Festival Y#06: Quarta Parede> "Os fios que a lã tece" > 7 e 8.Novembro'08_ ALTERAÇÃO DO LOCAL DE APRESENTAÇÃO DO ESPECTÁCULO
A Quarta Parede já está em Riachos a montar o espectáculo "Os fios que a lã tece" que apresentará, amanhã e depois, na Casa do Povo, local para onde foi transferido o espectáculo. Aproveite para descobrir, através dos links disponibilizados, as sonoridades e imagens do espectáculo que representa através do teatro de objectos as memórias de uma Covilhã industrial entretanto desaparecida.
Já está disponível para visionamento o vídeo do espectáculo "Os fios que a lã tece" que a Quarta Parede apresentará nos próximos dias 7 e 8 de Novembro no Museu Agrícola de Riachos. Para tal basta procurar na coluna da direita deste blog a rubrica "Criações Quarta Parede" e lá dentro escolher o vídeo. Caso prefira ver o vídeo em alta resolução por favor clique aqui para ver o vídeo na plataforma Blip.tv
AUDIO_Rui Sena_Sobre a encenação de "Os fios que a lâ tece"
Oiça aqui o testemunho de Rui Sena sobre a génese e encenação do espectáculo "Os fios que a lã tece" que a Quarta Parede apresentará nos próximos dias 7 e 8 de Novembro no Museu Agrícola de Riachos, no âmbito do Festival Y #06.
"Ponto (I)móvel" de Maria Belo Costa será o espectáculo de encerramento da 6ª edição do Festival Y. Uma performance em estreia absoluta, criada em residência artística durante o Festival Y, e que levará ao palco do auditório do Teatro das Beiras, às 21h30m dos próximos dias 7 e 8 de Novembro, as memórias e emoções de uma mulher que se multiplica em cena, convocando os espectros de duas outras mulheres que já foi.
Oiça aqui 3 depoimentos que fazem parte integrante da sonoplastia de Defski para "Os fios que a lã tece", espectáculo da Quarta Parede onde se reflecte a memória de uma Covilhã desaparecida que é também metáfora de um Portugal industrial em vias de desaparecimento.
DIVULGAÇÃO_"Paisagens tecidas por linhas" pelo Serviço Educativo do Teatro Virgínia
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O Serviço Educativo do Teatro Virgínia continua muito activo e apresenta, nos próximos dias 7 e 8 de Novembro, "Paisagens tecidas por linhas" em torno do espectáculo "Os fios que a lã tece" que Quarta Parede apresentará no âmbito do Festival Y#06 no Museu Agrícola de Riachos.
As acções, com a duração de uma hora, destinam-se a escolas e a toda a família e terão lugar no Museu Agrícola de Riachos, às 10h e às 14h de dia 7 de Novembro e às 10h30m de dia 8 de Novembro.
"A paisagem transforma-se todos os dias por nós que a habitamos. Pelas nossas acções e trabalho. Tecemos linhas rectas, abrimos valas, contornamos rios, utilizando ferramentas, muitas delas expostas neste Museu, que imprimem texturas e formas no campo e na cidade. Em pequenos pedaços de madeira são desenhadas linhas que recolhemos dos objectos do Museu. Linhas largas, paralelas, interrompidas, curtas e compridas como as que traçam as rodas de um carro de bois. Esta oficina é uma introdução ao espectáculo, cruzando o seu universo com a colecção do museu".
Orientação Serviço Educativo em parceria com o Museu Preço 2€ espectáculo | 3€ espectáculo e oficina
Em palco apresenta-se uma performer, aparentemente só. Telas de projecção, quase imperceptíveis de início, tornam-se tangíveis quando outras três figuras femininas são convocadas para a cena, através do vídeo, espectros de mulheres que ela já foi, desdobrando relações entre si, reveladas através de uma acção natural e não de um confronto directo. Toda a violência e confronto são apresentados pela fisicalidade da performer “assombrada” e efectivada pela presença das outras três figuras, mais estáticas e presenciais. O real versus o virtual. Aqui cria-se uma relação paradoxal, onde o corpo físico, tem mais de virtual do que as figuras projectadas, que constituem produtos acabados, retalhos de memórias que são manifestadas através deste corpo físico e móvel e, no entanto, em construção. Dançar as memórias, dançar o agora. Entenda-se: as memórias não são sinónimos de angústia, saudade, cristalização, antes querem dizer marca, rasto, trajecto sem sentido ascendente ou descendente, fazer. Das memórias para as emoções. Dos perceptos aos afectos. A memória, a individual e a colectiva, e a criação. Viver ou construir realidades.
Ponto (I)móvel
concepção | performer > maria belo costa som > carlos "zíngaro" vídeo | figurinos > nuno carrusca edição vídeo > márcio martins design de luz > pedro fonseca design gráfico| fotografia | objecto cénico > helder milhano apoio de movimento > yola pinto produção executiva > pedro fonseca produção > pédepano – projectos culturais, associação co-produção > festival y / quarta parede - associação de artes performativas da covilhã
género: dança|performance | duração: aprox. 50 min. | classificação etária: maiores 12 anos
“Os fios que a lã tece” é um espectáculo concebido a partir do universo da lã, que nos transporta desde os tempos mais remotos do aparecimento da indústria de lanifícios até ao presente. Os “fios” são os condutores da História e das estórias que marcaram a região e a vida das pessoas “tecidos” neste espectáculo de teatro de objectos. Cada um destes objectos acompanha memórias de vidas, de pessoas, de vivências, que cada um projectou ou projectará de certo nas suas vidas. Ao revisitar todo o processo em que se construiu a realidade de uma região pretendemos, em primeiro lugar estimular as memórias, relembrando as raízes de uma parte significativa da população que vive na região da Serra da Estrela, com especial incidência nos concelhos de Covilhã, Guarda, Gouveia, Manteigas e Seia. Em segundo lugar que este processo possa servir para “tecer” um futuro diferente partindo destas memórias que tanto marcaram as nossas vidas. É com estes fios que muitas vezes nos desuniram mais do que nos uniram e que são portadores de toda uma memória colectiva e individual, que gostaríamos de tecer outros tecidos que nos afirmassem individual e colectivamente. Este espectáculo é um pequeno contributo que pode conduzir a essa reflexão, a essa união de que a região tanto necessita. O passado apenas se suspende em memórias, mas não obriga a tecer os mesmos caminhos.
Rui Sena
Os fios que a lã tece
direcção, concepção, desenho de luz, investigação, fotografias > rui sena performer, investigação, fotografias > jeannine trévidic performer, investigação, fotografias > sílvia ferreira espaço cénico e realização plástica dos adereços > joana marques produção > celina gonçalves assistente de produção, comunicação social > inês pombo desenho da banda sonora, recolha de sons > defski concepção plástica das chaminés em barro > sebastião pimenta concepção e execução do rebanho > catarina arnaut colaboração de músicos da Banda da Covilhã > clarinete - josé eduardo cavaco , trompa - ricardo conde , bombardino - micael teixeira, tuba- vítor silva
género: teatro de objectos|instalação | duração: 45min. | classificação etária: maiores 6 anos
AUDIO + FOTOGRAFIA_Sergi Fäustino sobre "F.R.A.N.Z.P.E.T.E.R."
Depois de uma semana plena de espectáculos do Festival Y#06, repartidos entre a Covilhã, Guarda e o Fundão, oiça aqui o depoimento de Sergi Fäustino sobre o primeiro dos seus dois espectáculos apresentados no Festival.
Publicamos aqui um excerto do texto da autoria da jornalista e escritora Claudia Galhós sobre a estrutura Real Pelágio que hoje apresenta, no âmbito do Festival Y #06, o espectáculo "Tritone", às 21h30m no Teatro Virgínia, em Torres Novas.
“A Real Pelágio, da dupla Sílvia Real (criadora e intérprete) e Sérgio Pelágio (músico), é uma estrutura invulgar dentro do universo da dança contemporânea portuguesa. No caso desta, aplica-se, à letra, a designação de «independente». Quando se candidataram, pela primeira vez, aos apoios estruturais do Estado, então através do IPAE, em 1999, fizeram-no com o acordo mútuo de que seria apenas durante cinco anos, para arranque do projecto. Em 2005 não houve concurso, os montantes foram prorrogados, e para não quebrar o compromisso, investiram o que receberam na compra de equipamento, nomeadamente numa carrinha com a qual percorrem o país, com o cenário das peças que apresentam às costas. (…) Dona Domicilia está a ficar velha. O tempo vai passando por ela, em palco. Há mais de uma década, ganhou vida, no cubículo branco onde se apresentou na intimidade, numa casa imaginada pela Real Pelágio a lembrar os estúdios/casa minúsculos, onde pode habitar apenas o corpo em solidão. «Casio Tone», o primeiro episódio com referências à banda desenhada e a Jacques Tati e Roman Polanski, ainda circula pelos teatros portugueses. Domicilia partilhou, entretanto, o seu temperamento desencantadamente feliz da vida quotidiana no local de trabalho, em «Subtone», a sequela que a coloca no entendiantemente divertido local de trabalho(…). Desta vez, - em Tritone - o estranhamente encantadora e emblemático ser humano destes nossos tempos vai de férias.(…) A longevidade da história, neste caso construiu relações de afectos. Os dois recordam alguns bons momentos desta existência duradoura, como o caso da miúda de 12 anos que assistiu, em Beja, a um dos primeiros espectáculos desta invulgar personagem. Dez anos depois, a mesma menina é agora uma programadora que continua a acompanhar a vida conturbada de Domicilia. Sílvia e Sérgio conheceram-se no início da década de 90. Começaram por colaborar artisticamente mas foi em 1995, com a peça de grupo «Pour Bien», que perceberam que partilhavam algumas afinidades na maneira de trabalhar, como hoje recordam: «a capacidade de ironizar sobre nós, a descoberta de uma vontade de trabalhar à volta do humor». Em 1999 formalizaram a existência da estrutura que chamaram de Real Pelágio. Ao desejo de trabalhar em conjunto, juntava-se a necessidade da constituição legal para concorrerem aos apoios do Ministério da Cultura. (…) Desde o arranque que a aposta é feita na circulação e na conquista de novos públicos, sempre através do contacto directo. Sílvia Real fez-se à estrada, logo em 1995, para tentar vender a peça de grupo «Pour Bien». Lembra-se de ter visitado cerca de 15 teatros, sem reuniões marcadas, à aventura, e sempre a insistir, a insistir e a esperar até as pessoas a receberem. O país era outro. Viu teatros fechados, a escolha não era muita. Ainda assim, conseguiu levar aquela peça a quatro teatros. A divulgação que faziam no local seguia a mesma lógica: na rua, Sílvia fazia uma cena da peça para atrair espectadores. À moda antiga. Diz que essa relação directa, com as pessoas, programadores e público começa agora a dar resultados. Da estratégia de viabilização fazem parte outros itens determinantes, como: «Não desistir. Saber esperar. Pensar um bocadinho mais a longo prazo.» Dizem que o subsídio lhes tirava «imenso tempo». Não tanto no dispêndio do preenchimento dos impressos, que também era substancial, mas mais no «compromisso artístico e económico» que sentiam perante o Estado que lhes consumia energia, que agora canalizam para falar com as pessoas e vender espectáculos. Andam com o cenário atrás, dentro de uma carrinha que compraram, e dizem-se autónomos: «Montamos e desmontamos tudo. À antiga. Claro que pedimos dois carregadores e um técnico no teatro onde vamos, mas às vezes não existem. Já tivemos situações em que nos entregaram a chave do teatro para as mãos. A grande vantagem que temos hoje é que podemos fazer uma série de espectáculos que recusaríamos há alguns anos porque temos o material, só não temos os projectores. Somos autónomos em relação ao espaço.» E aqui surge mais um dos itens da estratégia: «Nunca dizemos não, tentamos sempre arranjar uma solução para alguém que se interesse pelo nosso trabalho e fazemos, qualquer que seja o enquadramento, sempre com a mesma dedicação, profissionalismo e prazer.”
in “Uma história da dança independente “ - excerto do texto de Claudia Galhós para o Dia Mundial da Dança de 2002
Aproveite para ouvir aqui o depoimento de Sérgio Pelágio, um dos autores de "Tritone" que juntamente com a coreógrafa Sílvia Real apresentarão hoje à noite, no Teatro Virgínia em Torres Novas, o seu espectáculo no âmbito do Festival Y #06.