quarta-feira, abril 18, 2007

"Daisy Planet", de Olga Mesa, na Moagem >Fundão



A Quarta Parede e a Moagem - Cidade do Engenho e das Artes (Fundão) apresentam dia 21 de Abril de 2007, às 21h30, “Daisy Planet”, de Olga Mesa.
Daisy Planet é um o espectáculo de dança onde a ficção e a realidade se confundem, tendo como laço de união o amor.

Sinopse:

Olga Mesa criou “Daisy Planet” para o X Festival “Alternativa” realizado em 1999 em Madrid, no contexto do programa “Cartas de Amor”. O tema sugerido – o Amor – ganhou forma numa dramaturgia que, pela primeira vez no trabalho de Olga Mesa, incorpora o texto com o trabalho coreográfico. Não se baseia numa sobreposição, mas na forma como o texto se pode adaptar a partir do corpo, agindo ele mesmo sobre o corpo. A ironia está na relação subentendida entre o corpo que se expõe ou não e o seu sentido.
Nesta peça o artista visual Daniel Miracle, colaborador de Olga Mesa desde estO NO eS MI CuerpO (1996), criou o protótipo Neokinok.TV, para acrescentar uma nova dimensão ao espaço cénico. Um espaço problemático, onde os jogos de desdobramento entre a ficção e a realidade, o tempo registado do vídeo e o real da acção intervêm na memória do espectador.
Arte amoral, amor de um trabalho, de um objecto ou de uma ideia…
Daisy Planet é uma carta de amor-ficção, a ideia que o amor é como um corpo presente, duplicado, íntimo e constantemente exposto. O amor como um organismo, uma máquina de desejos, um permanente estado de admiração. Uma evolução que trespassa a carne para alcançar um estado de informação pura.
“Quero mais do que nunca ser um corpo, e acabar com a miséria do sentimento (…quero ser uma máquina, ser dor, sem pensar…)”.

Olga Mesa

Sugestões Culturais - Abril e Maio

> 20.21 Abril '2007 > 21h30
> Quarto Interior
> Circulando
> TeatroDança
> Teatro Viriato > Viseu
> dur. 65 min
> todos os públicos

> 24.Abril '2007 > 21h30
> Canções e Fugas
> Mário Laginha
> música
> Moagem - Cidade do Engenho e das Artes Fundão

> 25.Abril'2007 > 21h30
> Luís Pastor e João Afonso
> Música
> Teatro Municipal da Guarda grande auditório
> dur. 90m
> todas as idades

> 25.Abril'2007 > 16h
> Brigada Victor Jara
> Ceia Louca
> música
> Teatro Virginia > Torres Novas
> dur. 1h15
> todos os públicos

> 30.Abril'2007 > 21h
> Steel Drumming toca Zeca Afonso
> música
> Centro Cultural de Belém pequeno auditório
> dur. 1h15
> todos os públicos

> 2.Maio'2007 > 22h
> Blauvelt Mountain
> Companhia Bill T. Jones/ Arnie Zane
>dança
> Fundação Serralves > Porto
> dur. 1h30

> 4.5 Maio'2007 > 21h30
> It´s only a rehearsal
> Zero Visibility Corp
> dança
> Teatro Viriato > Viseu
> dur. 60 min
> maiores de 12 anos

> 5 Maio'2007> 21h30
> Jaques Morelenbaum
> Trio Cello Samba
> música
> inserido no festival Primavera Musical
> Cine-Teatro Avenida > Castelo Branco

> 5.Maio '2007 > 21h30
> Carmina Burana
> Ballet flamenco de madrid
> músicadança
> Teatro Municipal da Guarda grande auditório
> todos os públicos

> 4.5 Maio'2007 > 21h
> Blind Date
> Bill T. Jones Arnie Zane Dance Company
> dança
> Centro Cultural de Belém > grande auditório
> dur. 1h30

> 5.13 Maio'2007
> A preguiça ataca?
> Aldara Bizarro
> dança
> Centro Cultural de Belém
> dur. 1h
> dos 12 aos 15 anos

> 6.Maio'2007 > 21h
> Voyage
> Ute Lemper
> música
> Centro Cultural de Belém grande auditório
> dur. 1h30

> 11.Maio'2007 > 21h30
> Malgré nous, nous étions là
> companhia Paulo Ribeiro
> dança
> Teatro Municipal da Guarda grande auditório
> dur. 55min
> maiores de 12 anos

> 17.18.19 Maio'2007
> Matrioska
> Tiago Guedes
> dança
> Teatro Viriato > Viseu
> dur. 40 min.
> público familiar

> 19 Maio' 2007 > 21h30
> Mario Laginha e Bernardo Sassetti > dois pianos
> música
> Cine- Teatro Avenida
> inserido no Festival Primavera Musical 2007

terça-feira, abril 10, 2007

Petit Psaume du Matin


Dois corpos de costas voltadas no palco, encontram-se nas memórias peregrinas do mundo que percorreram. São viajantes, amantes da descoberta e das raízes que procuram. Mais que isso, são dois amigos, Josef Nadj e Dominique Mercy, dois dos grandes nomes da dança contemporânea que pisaram o palco do Teatro Municipal da Guarda (TMG), no passado dia 28 de Março, numa organização conjunta da Quarta Parede e do TMG.
Durante o espectáculo o silêncio inicial vai dissipando dando lugar a uma viagem pelas músicas tradicionais e arcaicas, que os dois amigos partilham, num corpo-a-corpo pleno de vitalidade, de humor e elegância, de invenção, mas sobretudo de poesia. Aliás, os movimentos em Petit Psaume du Matin são poéticos, até porque, segundo Josef Nadj a poesia sempre fez parte da sua vida. “Estudei literatura, adoro ler livros, sobretudo a poesia. Por isso quando faço uma peça como Petit Psaume du Matin, faço-a sempre como se fosse um poema”, confidenciou Josef Nadj.
Há um laço invisível que une Josef Nadj e Dominique Mercy em palco. A sensibilidade que circula entre os dois torna-se, mais que visível, palpável, através dos gestos delicados e dos olhares cúmplices, que segundo Dominique Mercy “resulta de um reencontro, um reencontro de amigos, de materiais, corpos e de gostos”.
Recorde-se que Petit Psaume du Matin foi idealizado em 1999 para ser um solo, contudo, com o desenrolar do processo de criação, o coreógrafo, Josef Nadj e o bailarino Dominique Mercy, descobriram que o espectáculo só fazia sentido através da partilha de experiências e por isso resolveram unir-se nesta viagem.

Os dois criam no público imagens de espaços longínquos, tal como um artesão, com a sua arte, cria um objecto.
Para o coreógrafo, o seu trabalho é na verdade como o de um artesão. “Quando preparo um espectáculo, existem dois lados, o primeiro é o de recolha de materiais, onde há absoluta liberdade para criar formas”, explica Josef Nadj, “ o outro é o de utilizar esses materiais para trabalhar o corpo”, que no fundo é o instrumento dos bailarinos.
Em Petit Psaume du Matin, os materiais são comuns: duas vassouras, algumas cadeiras, duas molduras e músicas oriundas do Cambodja, Macedónia, Egipto, Roménia, Hungria…O resultado é um trabalho onde a descoberta do mundo, é no fundo, a descoberta e o encontro com o outro.

Inês Pombo