quinta-feira, junho 14, 2007

À conversa com Pierre Bastien


Depois da apresentação no Festival Y #04, no ano passado, Pierre Bastien regressou à região no dia 5 de Junho, para apresentar na ESART, em Castelo Branco, a sua orquestra automática, o MECANOID. No final do concerto, conversámos com Pierre Bastien que nos falou da origem deste trabalho e do seu percurso enquanto músico. De seguida partilhamos alguns excertos dessa conversa:


"Mecanoid nasce de uma vontade antiga e de uma atracção por instrumentos automáticos.Com a leitura de livros, decidi criar algo automático, que inicialmente pudesse ajudar os meus pais a movimentarem-se. Ao mesmo tempo fui convidado para participar no “solo night” onde era suposto os músicos tocarem sozinhos, mas não gostei de conduzir a música sozinho e em 3 dias criei a primeira máquina para que , durante um espectáculo, fosse possível haver um diálogo com a máquina".


"Com Mecanoid tenho uma orquestra em casa! Não é preciso ligar às pessoas para ensaiar, toco música quando quero, sem ter que estar à espera de outros músicos (...). Sou livre. Além disso, quando pedimos a um músico para tocar uma ou duas notas para serem repetidas durante 5 minutos, ele fica aborrecido e chateado, mas as máquinas não. Elas não protestam! "


" A minha orquestra mecânica deu-me um estilo próprio. Se eu tocar trompete ou guitarra ninguém me reconhece, mas quando toco com o meu mecanismo, o fenómeno aparece e algo muito especial acontece!!! É uma grande ajuda para mim."


" Se um elemento falha, a máquina pára ou altera o rumo da música. O que quero dizer com isto, é que o funcionamento da minha máquina é semelhante à vida humana, à vida em sociedade. Um erro, uma falha de um elemento provoca efeitos graves nos outros."


Inês Pombo