"Lá e Cá", projecto finalista do programa jovens artistas Jovens, na Guarda

Depois da apresentação do projecto “dos joelhos para baixo”, vencedor do Programa Jovens Artistas Jovens (JAJ), a Quarta Parede e o Teatro Municipal da Guarda (TMG), apresentam outro finalista do JAJ.
No dia 29 de Junho, pelas 21h30, o pequeno auditório do TMG recebe o projecto “Lá e Cá”, de Catarina Vieira e Solange Freitas.
Sobre o espectáculo “Lá e Cá”
Não se querer enganar; não se deixar ler; não se tornar expressão; ser impassível; não mostrar a cara; esconder os olhos; não ver e não ser visto; filtrar a informação da alma; fingir-se de morto; não mostrar tudo; estar sempre a fugir; ter nove mil caras; estar morto; ver e não ser visto; ficar na sombra; ser igual ao outro para não ser o próprio; não perder o pé ou a cabeça; não sair do mesmo sítio.Conseguiremos trazer para o teatro estes problemas? Será que colocam o corpo na luz ou na sombra?
À conversa com Pierre Bastien

Depois da apresentação no Festival Y #04, no ano passado, Pierre Bastien regressou à região no dia 5 de Junho, para apresentar na ESART, em Castelo Branco, a sua orquestra automática, o MECANOID. No final do concerto, conversámos com Pierre Bastien que nos falou da origem deste trabalho e do seu percurso enquanto músico. De seguida partilhamos alguns excertos dessa conversa:
"Mecanoid nasce de uma vontade antiga e de uma atracção por instrumentos automáticos.Com a leitura de livros, decidi criar algo automático, que inicialmente pudesse ajudar os meus pais a movimentarem-se. Ao mesmo tempo fui convidado para participar no “solo night” onde era suposto os músicos tocarem sozinhos, mas não gostei de conduzir a música sozinho e em 3 dias criei a primeira máquina para que , durante um espectáculo, fosse possível haver um diálogo com a máquina".
"Com Mecanoid tenho uma orquestra em casa! Não é preciso ligar às pessoas para ensaiar, toco música quando quero, sem ter que estar à espera de outros músicos (...). Sou livre. Além disso, quando pedimos a um músico para tocar uma ou duas notas para serem repetidas durante 5 minutos, ele fica aborrecido e chateado, mas as máquinas não. Elas não protestam! "
" A minha orquestra mecânica deu-me um estilo próprio. Se eu tocar trompete ou guitarra ninguém me reconhece, mas quando toco com o meu mecanismo, o fenómeno aparece e algo muito especial acontece!!! É uma grande ajuda para mim."
" Se um elemento falha, a máquina pára ou altera o rumo da música. O que quero dizer com isto, é que o funcionamento da minha máquina é semelhante à vida humana, à vida em sociedade. Um erro, uma falha de um elemento provoca efeitos graves nos outros."
Inês Pombo